6 de março de 2011

estou fugindo dos seus rastros.
e as vezes parece que estou fugindo de mim.

tem tanto de mim na sua barba por fazer.
um tanto de violência que você não conhece.

estou fugindo de mim, ignorando meu instinto de sobrevivência.

eu não preciso, eu quero.
tanto tempo e não consigo deixar pra tras.

a pomba me disse: o passado fica no passado.
as cartas me disseram: o passado fica no passado.
eu entendo: o passado não volta, o futuro não aconteceu.
                                                    são apenas projeções.

tanto tempo que não consigo deixar pra tras.
estou fugindo de mim.
e eu olho e digo que quero viver.
dessa janela eu só vejo o parque.
copas altas.
a noite tem o barulho da noite.

eu não preciso, eu quero.
e não sei o que fazer com esse querer.

it took me 30 year to realize that 'i do' can turn into 'fuck you'.

Um comentário:

Anônimo disse...

de alguma forma isso conversa com as cartas, de Cibele, Lourenço. esses quereres cheios de certezas, aniquilando precisares.