22 de janeiro de 2009

sonho

você estava sentado na poltrona do meu pai, aquela do lado da sacadinha. com um bermudão azul marinho, sem camisa, barba por fazer. a perna esquerda jogada no braço da poltrona, voce olhava pra mim. delicioso como sempre.

volta?

21 de janeiro de 2009

diferentes tipos de pessoas

tem gente que vê sempre o pior de uma situação. consegue enxergar uma situação bunda e atropelar sem dó. consegue se livrar. e tem gente que não consegue. tem gente que se recusa a aceitar que uma situação está bundando a mais tempo que deveria. e fica lá, abestado, trtando de enxergar a fundo o que deveria ser mais que superficial.

tem gente que procura o pior de alguém para guardar para si.
e tem gente que se agarra no melhor.

no final ninguém consegue dizer quem está errado.

eventualmente, diariamente

não me lembro de ter visto uma pessoa morta nessas condições. um corpo todo mordido, masserado. dava pena - como não poderia ter pena? tive de questionar a morte, fazia parte da página policial do jornal. coisa mais clichè, estupro seguido de morte, o corpo largado no meio do mato, atacado por cachorros.
-achei que isso só existisse na televisão.
os policiais me disseram que era comum: nessa região haviam muitos cachorros abandonados (ele disse que em estatística, era uma das primeiras do estado).
-corpos largados são comuns?
os policiais continuaram a dizer que sim, muito mais gente era assassinada do que imaginávamos. e eu não sabia se conseguiria pegar no sono. num efeito lógico comecei a reclamar do dia que escolhi fazer jornalismo e, principalmente, do dia que resolvi aceitar essa vaga nesse jornal. não era só a ânsia por causa do cheiro horrível ou a imagem forte. eram as circunstâncias. uma garota, mais nova que eu, assim largada no meio da floresta verdinha que o municípo tanto se orgulhava.
eu agora estava atulhada de sentimentos que não gostaria. que não cabia na minha descrição. eu estava pensando: onde ela está agora.
comecei a recriar na minha cabeça todas as idéias de morte e como as religiões encaram isso. reencarnação, céu, inferno. onde ela está agora?
comecei a pensar no seu legado e na dor das pessoas a sua volta. nesse egoísmo triste e sincero de nosas dores quando alguém morre. todos vamos morrer. por que sofrer?
comecei a pensar no amor que as pessoas sentiam e na legitimidade desse amor. por que você ama? ama por que alguém te faz bem? eu não gostava de acreditar nisso, achava que esse amor não era sincero. eu desisti de amar depois que alguém me disse que eu era o ar que ela respirava. mas doía pensar no amor dos familiares. era dor e era constante. eu sentia ao pensar na dor do namorado ao imaginar o passado recente aos acontecimentos.
liguei em casa, jorge atendeu. chorei ao telefone. voltei correndo aos seus braços e me deixei levar pelo sentimento. perdi a racionalidade completa, me dividi em várias para ser capaz de pelo menos tentar entender o que sentia.
adormeci.

20 de janeiro de 2009

medo

tinha medo de aprender.
medo de se mostrar.
medo de que tudo subisse bem alto na sua cabeça e tomasse conta de tudo.
tinha medos.
medos involuntários. e medos inconscientes.
estava de saco cheio de não poder escolher.

mas tinha um puta medo do porvir.

estava de saco cheio.
rasgou um saco de batatas e se enfiou dentro.

o medo a paralizava.

17 de janeiro de 2009

maquillage

c'est camouflage.

estou cansada de deixar que os outros adivinhem minha beleza.

letargia

sim, estou cansada e enfadonha. cansada de fazer nada e cansada da preguiça.
vá, nem ando tão preguiçosa assim, mas mas.

bom, eu estou vendo televisão demais, isso é fato.
essa noite sonhei que, ao sair de uma festa num lugar bem afastado, tive de subir uma rua e, se a cada vez que eu chegava mais perto do topo ela ficava mais íngrime, mais eu desistia de tentar subi-la. parece óbvio, mas minha analista diria que isso é um reflexo da minha acomodação em não superar obstáculos. ok. e o que a televisão tem a ver com isso? num passe de mágica eu estava em cima da ladeira (minha analista também diria que isso é a forma a qual eu gostaria que as coisas se resolvessem: mágica) dando a mão para o sr. Grissom, do C.S.I. Las Vegas, e indo resolver um caso. "apparentely" uma moça morreu e os cachorros haviam comido parte do seu corpo. não, eu não vi o corpo. estava preocupada em ligar meus tênis, que tinham um tipo de capa para colocar ao redor da sola e colocar Killers - Human pra tocar.

gosta de Killers, Grissom? 
 Gosta de Killers, Grissom?

14 de janeiro de 2009

Just a Fest

Ainda não tenho ingresso.
Sim, estou preocupada. porque andei vendo por aí que o Vanguart também vai tocar. eu bem que imaginei que isso fosse acontecer. a pegada do som deles cai bem de acompanhamento dos caras grandes. acho um sonzinho bacana. simpatizei com eles desde que ouvi pela primeira vez.

site do festival (um tanto desatualizado).
myspace do Vanguart.

13 de janeiro de 2009

lembranças

"Acho muito razoável a crença céltica de que as almas daqueles a quem perdemos se acham cativas em algum ser inferior, em algum animal, um vegetal, uma coisa inanimada, efetivamente perdidas pra nos até o dia, que para muitos nunca chega, em que nos sucede passar por perto da árvore, entrar na posse do objeto que lhe serve de prisão. Então elas palpitam, nos chamam, e, logo que as reconhecemos, está quebrado o encanto. Libertadas por nós, venceram a morte e voltam a viver conosco.
"É assim com nosso passado. Trabalho perdido procurar evocá-lo, todos os esforços de nossa inteligencia permanecem inuteis. Está ele oculto, fora de seu domínio e de seu alcance, em algum objeto material (na sensação que nos daria esse objeto material) que nós nem suspeitamos. Esse objeto, só do acaso depende que o encontremos antes de morrer, ou que não encontremos nunca"


Em Busca do Tempo Perdido, por Marcel Proust, livro um - No Caminho de Swann - traduzido por Mario Quintana.

6 de janeiro de 2009

Laimonas Stasiulis

mais um pro meu link-direto.

http://www.laimonas.co.uk/
o dia hoje começou mais tarde que o habitual.uma hora mais tarde, já passa do meio dia e eu ainda estou deitada. não sei se chove, se faz calor ou se faz frio.
nenhuma listinha para cumprir no dia. se eu ao menos conseguisse cumprir as anteriores.

abro as janelas e o calor não me envolve. a brisa não me refresca.
estou parada e parece que nada me move.

depois de uma hora percebo que meus óculos estão imundos, mas limpá-los não fará o mundo mais bonito.


eu podia/devia/queria ter escrito isso.


3 de janeiro de 2009

01.01.09

uma suposta preparação de um mes para ser resolvida em um dia. eu sempre tenho essa mania de querer fazer "alguma coisa legal", querer que todos se divirtam. mas acho que o que é legal pra mim não é para os outros. nem sei mais quem são os outros. tanto que recebi um conselho: "bibiana, você precisa ser feliz".
como é dificil essa história de ser feliz.
a tequila não costuma resolver minha felicidade tem muito tempo. e até duvido que os antidepressivos funcionem.
nada de preparação em um mes e uma festa resolvida em um dia. a musica não ficou tão legal, eu tentei fazer de coração. acho que não rolou.
eramos um bando de umas vinte pessoas envolvidos em uma névoa alcóolica. não sabemos nos comportar. tentamos, mas não sabemos. chega um momento que desistimos de nos comportar como pessoas e descuidamos do nosso umbigo.

mas vá, me chamem de ranzinza e de mau-humorada, eu não ligo. de autoritária, de xiita. eu me diverti siceramente. mesmo com trezentas adversidades. eu recebi um conselho, lembram: "bibiana, você precisa ser feliz". eu estou tentando, mas não sei se com tanta força. e agora não sei se é preciso essa força enorme. acho que vocês sabem se cuidar. o que importa e celebrar.

um breve histórico:
algumas latinhas, heineken, vodca e cocacola, musica musica, haja salgadinho torcida, olha! tem bolinhas de amendoim com chocolate, que bom que você veio, vodca, cerveja, aeaeaeae, vodca, ei que bebida verde é essa?, cerveja, 'preparamos um drink especial', 'preparamos outro drink especial', tequila um, tequila dois, absolut vanilla, absinto um, absinto dois, 'ariba, abajo, ao cientro, pra dentro', absolut um, absolut dois, não mexe aí um, não mexe aí dois, não mexe aí... cinco, por favor, mais umas latinhas, cacos no chão, não chora, ninguem fez isso com você, fora daqui, fora daqui, mais umas latinhas, vassouras, água no banheiro, água na cozinha, tem gente dormindo, vassouras, 7h30 da manhã, meu irmão sumiu, 11h da manhã, seus amigos sumiram, 13h da tarde, acharam, 14h da tarde, bom dia 2.009!